5 motivos para estar vivo em junho de 2003, segundo Jeanne Marie Gagnebin. E para continuar vivendo em 2004.
A vida me foi dada; tive uma infância protegida da miséria e aberta à beleza do mundo e da cultura. Transmitir essa beleza, mesmo transformando-a, é motivo de vida.
Entre as belezas do mundo: a música, especialmente Johann Sebastian Bach. E a poesia.
Os amigos: aqui e lá. Isto é, aqueles que sabem das fragilidades mútuas, da nossa relativa pouca importância e, por isso, são solidários, ternos, alegres também.
Poder caminhar durante horas: descalça na praia, com sapatos resistentes nos caminhos de pedra e de terra, sozinha, leve, em grupo, com mochila nas costas. Sentir a espessura do mundo na sola dos pés e no ritmo da respiração.
Não perder nem a faculdade de admiração (thaumazein!) nem a de indignação: ousar continuar afirmando que somente a vida justa, socialmente justa, é a feliz – e que somente ela permitiria morrer sem amargura.
Jeanne Marie Gagnebin é professora de filosofia na PUC/SP e de teoria literária na Unicamp, autora, entre outros, de "História e Narração em Walter Benjamin" (Perspectiva, 1994) e de "Sete Aulas sobre Linguagem, Memória e História" (Imago, 1997). Revista Trópico.
A vida me foi dada; tive uma infância protegida da miséria e aberta à beleza do mundo e da cultura. Transmitir essa beleza, mesmo transformando-a, é motivo de vida.
Entre as belezas do mundo: a música, especialmente Johann Sebastian Bach. E a poesia.
Os amigos: aqui e lá. Isto é, aqueles que sabem das fragilidades mútuas, da nossa relativa pouca importância e, por isso, são solidários, ternos, alegres também.
Poder caminhar durante horas: descalça na praia, com sapatos resistentes nos caminhos de pedra e de terra, sozinha, leve, em grupo, com mochila nas costas. Sentir a espessura do mundo na sola dos pés e no ritmo da respiração.
Não perder nem a faculdade de admiração (thaumazein!) nem a de indignação: ousar continuar afirmando que somente a vida justa, socialmente justa, é a feliz – e que somente ela permitiria morrer sem amargura.
Jeanne Marie Gagnebin é professora de filosofia na PUC/SP e de teoria literária na Unicamp, autora, entre outros, de "História e Narração em Walter Benjamin" (Perspectiva, 1994) e de "Sete Aulas sobre Linguagem, Memória e História" (Imago, 1997). Revista Trópico.
imagem: Paul Klee, red baloon
3 comentários:
Mas podemos pensar que tantas coisas belas não precisam de motivos...
Não demandam legitimidade nem explicação.
Quando eles faltarem apenas o próprio sopro bastará.
Oi Ana.
Tentando te mandar um comentário.
Por que v. não escreve seus contos tão bonitos?
Bjs.
Sergio Lima
Vamos participar do concurso Talentos da Maturidade?
Eu tenho uma idéia que a gente podia fazer juntos.
Bjs.
Sergio LIMA
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